Psicologia Analítica (Junguiana)

 

Psicologia Analítica é o nome dado por Jung ao seu trabalho a partir do momento em que se separou de Freud e da Sociedade de Psicanálise.

Para mim, Psicologia Analítica é caminho, prática, labor pessoal e no mundo. É visão de ser humano e possibilidade de compreensão de sentidos de vida. É um vasto território a ser sempre explorado e de onde podem surgir infinitas riquezas.

São sonhos e mandalas, mas é também palavra. Não a palavra seca e lógica, mas aquela gestante, prenha de significado, que carrega símbolos, como pérolas. Que admiração quando isso se revela. Ah, as palavras são um universo. Vento sonorizado ou silencioso, passando feito pensamento ou feito conversa, dirigido a outros ou a si. Compreensão do mundo. Apreensão e libertação. Memória e projeto.

Presente, passado e futuro.

“Eu gostava mesmo era de poder um dia escrever uma história que começasse assim: ‘Era uma vez…’. Para crianças?, perguntaram. Não, para adultos mesmo, respondi distraída, ocupada em me lembrar de minhas primeiras histórias aos sete anos, todas começando com ‘era uma vez’.”

Clarice Lispector

A PSICOLOGIA ANALÍTICA NA MINHA HISTÓRIA

Aos 17 consegui dizer não à psicologia, porque não acreditava na terapia pela palavra. Observava Jung e sua teoria. Mas só de longe. Fui fazer Musicoterapia.

Muitos anos depois, prestei vestibular. Ia tentar rever minhas ideias sobre psicologia. Abri apenas uma ou duas apostilas desatualizadas de cursinho, esperei um milagre, mas ele não veio. Não passei. Engavetei o projeto como se nem fosse importante.

Uns tantos anos depois, vinte talvez, fiz um intensivão de estudos. Ainda não tinha muito foco no consultório. Mal soube o que fazer quando descobri que dessa vez tinha acontecido. Entrei. Entrei na USP e em pânico, porque não tinha a menor ideia de como conseguiria terminar um curso integral com a vida correndo e me pondo a correr. Mas foi. Fui. Aconteceu e concluí.

Quantas coisas não nos damos conta de que vão sendo preparadas pra nossas vidas.  Aí está uma. Muito especial!

O QUE FEZ PARTE DESSE PERCURSO

Tanta coisa! Os plantões da terça à noite, no LEFE, abriram o olhar e a prática já no segundo ano do curso. Uma magia feita por uma daquelas mestras que ousa a didática viva, desencaixotada e subversiva. Grata, Henriette! Essa experiência certamente viverá em todos os que circularam por aqueles corredores com as fichinhas de paciente nas mãos, às vezes com apreensão, sempre estimulados pelo enigma do ser humano que se revelava. Aqui o mundo era a fenomenologia. Sem dúvida, uma marca e uma companheira sempre presente.

A Psicologia Analítica veio pela condução da Laura Villares de Freitas nas (infelizmente poucas) matérias obrigatórias, nas eletivas, grupos de estudos, laboratórios de máscaras e sonhos, minha própria terapia, iniciação científica, congressos, viagens, vencer o pânico de falar em público, pesquisa, muito aprendizado e diversão também e, concluída a graduação, consultório e mestrado. E em todas as várias atividades que vão crescendo neste terreno.

Sobre o que de mais importante foi formalizado, transcrito, guardado (mas vivo) com as palavras, ver:

O(a) namorado(a) da minha mãe (do meu pai) e eu: caminhos da construção de um vínculo singular – Iniciação Científica, apoio FAPESP, 2013.

A casa de um casal jovem – a constituição dos espaços da casa como campo de símbolos expressivos do processo de construção da conjugalidade – Mestrado, apoio FAPESP, 2016. Para ir para a versão parcial disponibilizada para o público, clique AQUI.

Orientação: Laura Villares de Freitas

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